domingo, 21 de agosto de 2016

Cabelo Crespo e Infância: uma pequena reflexão.

7 Meninas Crespas | Lulu e Lili Acessórios | Foto: Quilombo dos Meninos Crespos


Estava pensando qual seria o foco desse novo post e durante minhas pesquisas, lembrei-me de um livro infantil chamado “O Cabelo de Lelê”. Inclusive, prometo deixar o link para quem quiser lê-lo na íntegra.







Segundo Maria Bento, em sua obra “Educação Infantil, Igualdade Racial e Diversidade”, crianças entre 4 e 5 anos já desenvolvem algum tipo de conceituação ou identificação racial. Assim, desde muito cedo é necessário que a família já inicie uma formação de valorização de suas raízes.

Pois, bem! “O Cabelo de Lelê” me levou a pensar como hoje as crianças de cabelos encaracolado ou crespos tem em livros, ainda que em poucos, expressados alguma representatividade.

No enredo, Lelê é uma garotinha que se pergunta o porquê dos seus cabelos cheios de cachos  e em um livro sobre o continente africano acaba encontrando as respostas.

O interessante é que em todo tempo, os cabelos da Lelê são um motivo de orgulho e não de vergonha. Quantas das nossas crianças passam por situações constrangedoras na escola? Ou nós mesmos já as  passamos?

Lembro-me dos apelidos que recebia quando criança pelos meus colegas de turma na escola ou mesmo os coleguinhas que moravam na mesma rua. “Nêga do Cabelo Duro”, “Cabelo de Bombril” e entre outros...

Isso gerou em mim um complexo que só superei na fase adulta, quando enfim,  tomei consciência de quem sou de verdade.

Mas, voltando ao assunto, essa iniciativa é muito bacana. Nossas crianças negras precisam compreender que são lindas como todas as outras, e que a beleza não deve ter um padrão. Ainda que a indústria da moda imponha isto!




Outra aspecto bacana do livro é o incentivo a leitura e a pesquisa. Lelê tinha uma dúvida e foi pesquisar  descobrindo suas raízes africanas. Legal né?

Bom, galera. Fica aqui a dica para um bom presente para seus filhos, sobrinhos, afilhados ou netinhos cacheados/crespos. 


Espero que tenham gostado e até a próxima!

Por Débora Justino

Referência bibliográfica:

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