quarta-feira, 27 de abril de 2016

Cabelo, História e Identidade !



O cabelo sempre teve grande força simbólica em inúmeras culturas ao longo da História. Já foi sinônimo de beleza, de pureza, de sedução, de oferta a divindades, de status social ou religioso.
Segundo Aline Ferraz Clemente, em seu artigo “Tranças Afro – A Cultura do cabelo Subalterno”, nas culturas africanas o cabelo poderia indicar tanto o status social de um indivíduo,quanto seu estado civil, sua identidade étnica, a  região geográfica a que pertencia, sua religião, sua classe social ou status dentro de uma comunidade, e até mesmo detalhes de sua trajetória de vida.


Jean Baptiste Debret, Différentes Nations Nègres (1835). Fonte: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon393053v2i36.jpg

Durante a colonização europeia na América e África, as características físicas brancas foram supervalorizadas enquanto as características africanas e indígenas foram desvalorizadas , ou mesmo,  ridicularizadas. Tornou-se comum associar o cabelo liso como”cabelo bom” e o cabelo crespo ou encaracolado como “cabelo ruim”.
No entanto, atualmente, o movimento de valorização do negro e da cultura africana tem crescido de maneira gradativa,e o uso do cabelo natural tem desempenhado  um papel importantíssimo  nesse processo de busca pela identidade perdida ao longo do tempo.
Em 2015, em comemoração ao Dia da mulher negra,latino-americana e caribenha, foi realizada em São Paulo a 1ª Marcha do Orgulho da Crespo. 



 




Seriam esses movimentos apenas uma moda? Ou de fato estamos vivenciando um grande momento da História?
Independente da resposta, o fato é que essas demandas tem sido pauta de várias discussões, trazendo à tona falsos conceitos sobre a inexistência de preconceitos  e a necessidade de uma reparação à população negra e à sua cultura.

Referência Bibliográfica:
CLEMENTE, Aline Ferraz. Trança Afro- Cultura do Cabelo Subalterno.2010
QUINTÃO, Adriana Maria Penna. O que ela tem na cabeça? Um estudo sobre o cabelo como performance identitária-2013,196f

por: Débora Justino


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