O
cabelo sempre teve grande força simbólica em inúmeras culturas ao longo da
História. Já foi sinônimo de beleza, de pureza, de sedução, de oferta a
divindades, de status social ou religioso.
Segundo
Aline Ferraz Clemente, em seu artigo “Tranças Afro – A Cultura do cabelo
Subalterno”, nas culturas africanas o cabelo poderia indicar tanto o status
social de um indivíduo,quanto seu estado civil, sua identidade étnica, a região geográfica a que pertencia, sua
religião, sua classe social ou status dentro de uma comunidade, e até mesmo
detalhes de sua trajetória de vida.
Jean Baptiste Debret, Différentes Nations Nègres (1835). Fonte: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon393053v2i36.jpg |
Durante
a colonização europeia na América e África, as características físicas brancas
foram supervalorizadas enquanto as características africanas e indígenas foram
desvalorizadas , ou mesmo, ridicularizadas. Tornou-se comum associar o
cabelo liso como”cabelo bom” e o cabelo crespo ou encaracolado como “cabelo
ruim”.
No
entanto, atualmente, o movimento de valorização do negro e da cultura africana
tem crescido de maneira gradativa,e o uso do cabelo natural tem desempenhado um papel importantíssimo nesse processo de busca pela identidade
perdida ao longo do tempo.
Em
2015, em comemoração ao Dia da mulher
negra,latino-americana e caribenha, foi realizada em São Paulo a 1ª Marcha
do Orgulho da Crespo.
Seriam
esses movimentos apenas uma moda? Ou de fato estamos vivenciando um grande
momento da História?
Independente
da resposta, o fato é que essas demandas tem sido pauta de várias discussões,
trazendo à tona falsos conceitos sobre a inexistência de preconceitos e a necessidade de uma reparação à população
negra e à sua cultura.
Referência
Bibliográfica:
CLEMENTE,
Aline Ferraz. Trança Afro- Cultura do Cabelo Subalterno.2010
QUINTÃO,
Adriana Maria Penna. O que ela tem na cabeça? Um estudo sobre o cabelo como
performance identitária-2013,196f
por: Débora Justino
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