quarta-feira, 27 de abril de 2016

Cabelo: trajetória, curiosidades


Sabemos que o termo "tendência" já existe a tempos, e que nem sempre esses tais padrões são ou não aceitos pela sociedade. A pergunta é: você deve realmente se importar? Somos livres para libertar nossa identidade seja ela qual for; então cacheada, crespa, se essa é sua dúvida/medo, liberte-se! Como for, com quem for, por favor e por amor!

Fonte: http://www.depoisdosquinze.com/2015/09/08/cabelos-cacheados-e-coloridos/


   O cabelo sempre teve muita importância e apesar de não ser cuidado devidamente nos tempos mais antigos, possuíam diversos significados para a população, desde força, situação social, sensualidade, etc.
   Para a civilização egípcia, por volta do ano 1500 a.C., esses cuidados eram percebidos. A grande questão era que a maioria das pessoas eram carecas, por ocorrer grandes epidemias de piolho e eles não sabiam como agir, acabavam raspando a cabeça. Foi daí que surgiu a ideia da peruca; com modelos e tamanhos diferentes, o povo egípcio organizava competições sobre qual seria a mais bela, que chamasse mais atenção.
   *Curiosidade: uma das técnicas utilizadas para dar brilho as madeixas, era passar sebo de rabo de jacaré e os mais ousados que gostariam de um penteado sofisticado, colocavam um cone de cera na cabeça e esperavam até que ela derretesse. E ai, tem coragem?






  Por mais incrível ou inesperado que pareça, os crespos já eram considerados moda na Grécia Antiga e quanto maior fosse, melhor. Assim como nos dias de hoje, quanto mais enrolado para algumas garotas, melhor, e mais volumoso para outras. Utilizavam o ferro de passar para isso acontecer (bom que hoje temos outras técnicas). Na Grécia também, surgiram os primeiros salões de beleza, porém, somente para homens, o que hoje seriam as chamadas barbearias.






Por: Leticia Lima



Referências: http://www.portaleducacao.com.br/estetica/artigos/60443/a-importancia-dos-cabelos-na-historia-da-humanidade
http://www.meucrespo.com.br/
http://www.depoisdosquinze.com/2015/09/08/cabelos-cacheados-e-coloridos/

Cabelo, História e Identidade !



O cabelo sempre teve grande força simbólica em inúmeras culturas ao longo da História. Já foi sinônimo de beleza, de pureza, de sedução, de oferta a divindades, de status social ou religioso.
Segundo Aline Ferraz Clemente, em seu artigo “Tranças Afro – A Cultura do cabelo Subalterno”, nas culturas africanas o cabelo poderia indicar tanto o status social de um indivíduo,quanto seu estado civil, sua identidade étnica, a  região geográfica a que pertencia, sua religião, sua classe social ou status dentro de uma comunidade, e até mesmo detalhes de sua trajetória de vida.


Jean Baptiste Debret, Différentes Nations Nègres (1835). Fonte: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon393053v2i36.jpg

Durante a colonização europeia na América e África, as características físicas brancas foram supervalorizadas enquanto as características africanas e indígenas foram desvalorizadas , ou mesmo,  ridicularizadas. Tornou-se comum associar o cabelo liso como”cabelo bom” e o cabelo crespo ou encaracolado como “cabelo ruim”.
No entanto, atualmente, o movimento de valorização do negro e da cultura africana tem crescido de maneira gradativa,e o uso do cabelo natural tem desempenhado  um papel importantíssimo  nesse processo de busca pela identidade perdida ao longo do tempo.
Em 2015, em comemoração ao Dia da mulher negra,latino-americana e caribenha, foi realizada em São Paulo a 1ª Marcha do Orgulho da Crespo. 



 




Seriam esses movimentos apenas uma moda? Ou de fato estamos vivenciando um grande momento da História?
Independente da resposta, o fato é que essas demandas tem sido pauta de várias discussões, trazendo à tona falsos conceitos sobre a inexistência de preconceitos  e a necessidade de uma reparação à população negra e à sua cultura.

Referência Bibliográfica:
CLEMENTE, Aline Ferraz. Trança Afro- Cultura do Cabelo Subalterno.2010
QUINTÃO, Adriana Maria Penna. O que ela tem na cabeça? Um estudo sobre o cabelo como performance identitária-2013,196f

por: Débora Justino